Há um mês que Moçambique e a Lusofonia choram a partida prematura do Azagaia. Um revolucionário, filósofo de todos os tempos, político social, a voz do povo, africanista acima de tudo. São tantos adjectivos que cabem numa só alma. A 09 de Março, o rapper teve uma crise epiléptica, que terminou em fatalidade aos 38 anos de idade.
No Moçambique contemporâneo, é imprescindível falar da representatividade sem mencionar a figura do Mano Azagaia como era (re) conhecido o Edson da Luz na cena de Hip-Hop. Um músico que se destacava pela música de intervenção social, e se auto intitulava o “eterno vencedor das causas perdidas”.
Suas composições, atacavam com tremenda frontalidade a elite corrupta, egôcentrica, ambiciosa e ganansiosa, sem temer represálias apesar de várias tentativas para o silenciarem. Azagaia, dava a voz ao povo moçambicano (principalmente a camada juvenil) disiludido com o país. Nas suas críticas, abordava no que tange a luta de sobrivencia do povo moçambicano no seu dia-a-dia quer sob ponto de vista social, quer político. A corrupção, prostituição, criminalidade, assassinatos, violação dos direitos humanos, eram das várias temáticas predominantes em suas letras.
Dentre vários productos musicais, destacam-se duas (2) obras discográficas designadas Babalaze (ressaca em lingua portuguesa) e Cubaliwa (que significa nascimento ) que representam perigo para o sistema pelo seu grau de relevância. As músicas como “As Mentiras da verdade, Vampiros, Combatentes da Fortuna” são um dos exemplos a considerar. Os discos, contaram com participação de artistas nacionais (Dama do Bling, Júlia Duarte, Ras Haitrm e Stewart Sukuma) e internacionais (Valete e MCK).
Em linhas gerais, Edson da Luz, foi um ser social comprometido com a verdade, igualdade e o bem estar do seu povo. Um dos mais audaz artistas que cantava segundo injustiças e desgraças protagonizados pelo governo. Em reconhecimento dos seus feitos, foi recentemente (06.04) homenageado em palco por mais de 20 artistas na “Casa independente” em Portugal (Lisboa).