Celebrou-se 01 de Maio, o dia internacional do trabalhador. Em alusão, chamamos os versos do poema do ex-poeta e jornalista moçambicano, José Craveirinha, intitulado "Grito Negro".
Eu sou carvão!
E tu arrancas-me brutalmente do chão
e fazes-me tua mina, patrão.
Eu sou carvão!
E tu acendes-me, patrão,
para te servir eternamente como força motriz
mas eternamente não, patrão.
Eu sou carvão
e tenho que arder sim;
queimar tudo com a força da minha combustão.
Eu sou carvão;
tenho que arder na exploração
arder até às cinzas da maldição
arder vivo como alcatrão, meu irmão,
até não ser mais a tua mina, patrão.
Eu sou carvão.
Tenho que arder
Queimar tudo com o fogo da minha combustão.
Sim!
Eu sou o teu carvão, patrão.
Em linhas gerais, Craveirinha remete-nos a 2 personagens cujos desempenham papel de empregado e patrão. O primeiro representa o trabalho árduo (força motriz) e a mina/carvão representam a exploração dos homens protagonizada por este último (patrão).